domingo, abril 20, 2008

Que se acautele quem deve acautelar

Com frequência, muita, são divulgadas notícias sobre a prisão de traficantes de drogas. E, também, de traficantes de seres humanos. Para os mais diversos fins. Vindas dos mais diversos países. Moçambique, não constitui excepção. A avaliar pelos relatos, no seu conjunto, no seu todo, pode fazer-se uma ideia dos esforços desenvolvidos pelas Polícias no combate ao crime. Mais precisamente no combate ao crime organizado. Que, em muitas situações, possui meios tão ou mais sofisticados, tão ou mais poderosos do que aqueles que foram incumbidos de manter a ordem e a segurança públicas. É assim que não surpreende a notícia originária do Brasil. Segundo a qual “Homens armados atacam prisão de máxima segurança”. Descreve o “Notícias” (edição de 16 do corrente) que Homens armados, disparando de carrinhas e voando num helicóptero, atacaram uma prisão de segurança máxima, em Campo Grande, no Brasil, onde estão detidos alguns narcotraficantes mas foram repelidos pelos guardas. A prisão atacada é aquela onde está encarcerado o barão da droga colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia e o líder de um “gang” brasileiro Luiz Fernando da Costa. Segundo um director prisional, “A ideia era obviamente libertar reclusos. Não há outra razão para atacar uma penitenciária”. Para descanso dos leitores, acrescenta a notícia que “todos os atacantes fugiram e ninguém ficou ferido na prisão...”. É caso para dizer, ainda bem quando tudo acaba em bem. Mas, para dizer, também, que terá ficado o aviso.


Por cá, internamente, também muito se tem lido, dito, e visto, sofre o tráfico. Ou, os diversos tráficos. Entre os quais, o mais recente e mais mediático terá sido o chamado “Caso Diana”. O caso de uma mulher que aliciava e traficava raparigas para serem prostituídas na África do Sul. Um caso que, muito prometia. Ou que, dito de forma diferente, a nossa Polícia prometia muitas prisões. Mas, afinal, parece que não irá ser bem assim. Depois de, como costuma dizer-se, contadas as armas, pode, até, acontecer, haver nome mais nenhum. Nome verdadeiro mais nenhum. Para além do de “Diana”. Nome que, podendo, também, não ser verdadeiro, é atribuído a uma mulher que se diz estar presa. De resto, quanto ao resto, como era de prever, como era previsível, restam apenas hipóteses. É assim que segundo o jornal “Notícias” (15.04.08) Neste momento, a Polícia está a trabalhar com pseudónimos dos referidos comparsas da Diana, códigos estes fornecidos a partir do local onde se encontra sob custódia policial, como sendo elementos que consigo colaboram no tráfico de pessoas para exploração sexual. E, como que a prevenirmos para um possível desfecho do caso, a notícia acrescenta que por si só os pseudónimos não transmitem a idoneidade dos factos, tornando-se numa grande limitante para a Polícia efectuar mais detenções de suspeitos. Com o rumo que as coisas parece estarem a tomar, não custa acreditar que a tal de Diana até volte a frequentar a praia da Costa do Sol. Logo depois do seu julgamento. Com início marcado para 12 de Maio próximo. Que se acautele quem deve acautelar.