domingo, novembro 10, 2013

Já é tempo de resolverem a crise dos transportes

A crise nos transportes públicos municipais nas cidades de Maputo e da Matola parece cada vez mais longe do fim. Agora, há poucos dias, foi descoberta uma nova dificuldade. A do congestionamento do trânsito. Em tudo e em nada, há sempre quem mostre uma capacidade nata para descobrir dificuldades. Muitas. Soluções, nenhumas. Quem nos dá a má nova é o jornal “Notícias” (edição de 7 do corrente, página 3). Sob o título Reduz receita da EMTPM, o matutino escreve que A empresa Municipal dos Transportes Rodoviários de Maputo viu reduzida para quase metade a sua receita devido ao intenso congestionamento que se regista nos últimos tempos nas cidades de Maputo e da Matola. Elucida o matutino que Presentemente, o prejuízo financeiro á avaliado em 40 por cento do total das receitas produzidas, o que faz com que aquela companhia não cumpra na íntegra muitas das suas obrigações. Mais se pode ler que Esta informação foi revelada ao “Notícias” por João Mathombe, vereador dos Transportes e Trânsito do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, que referiu, por exemplo, que na rota Museu/Zimpeto o número diário de viagens feitas por cada autocarro reduziu de 16 para nove. Ainda segundo o mesmo vereador (...), por essa via diminuiu a capacidade da empresa em relação ao número de passageiros que devia transportar, mantendo-se, no entanto os gastos em recursos humanos (equipas de trabalho) e em combustíveis, pois as viaturas funcionam todo o dia. Mais reconhece o referido vereador que a EMTPM reduziu a capacidade de cobertura, tendo em conta que em 2012 a companhia tinha 150 autocarros e hoje tem apenas 80. A cobertura no passado era muito maior a nível das cidades e Maputo e Matola e dos distritos de Boane a Marracuene. Para que não fiquem dúvidas sobre a boa vontade para resolver este problema que afecta muitos milhares de citadinos das duas cidades, o “Notícias” acrescenta que Entretanto, ele afirmou que a EMTPM está a trabalhar no sentido de recuperar os autocarros avariados até final do ano, o que poderá permitir a retomada daquela que foi sempre a sua capacidade de cobertura. Esperamos todos que isso seja rápido e aconteça depressa. É assim que os citadinos de Maputo e da Matola gostavam de ver acontecer. Se é que me é permitido falar em seu nome. Se me reconhecem legitimidade para tanto. Espero que sim. O número actual de viaturas em circulação, deve ser o menor de sempre na história dos ex – TPM. Desde a sua criação. Mais. Nos últimos do período colonial havia mais autocarros em circulação dos que existem actualmente. Sendo verdade que as rotas de então eram muito mais curtas do que as actuais. E que o número de pessoas a transportar diariamente era bem inferior ao actual. Logo, em termos de melhorias temos nada. Podemos até, dizer, que, em termos de melhoria temos nada. Que estamos bem pior do que estávamos há duas ou três décadas atrás. Vejamos um exemplo simples. Desde quando é que não se viam a circular essas carrinhas de caixa aberta. Em número crescente. E que transportam pessoas nas mesmas ou em piores condições em que são transportados animais. Ao que se sabe, transportadores ilegais. Mas um negócio por demais lucrativo. Que importaria saber a quem beneficia. A alguém será. Em relação aos autocarros, uma questão que pode ser colocada, entre muitas outras possíveis é se estamos, de facto, perante um problema técnico. De manutenção e de reparação de viaturas. Ou se é também de uma questão de capacidade de gestão da frota. Provavelmente sim. Mas esta capacidade pode ser comprada. Pode ser contratado quem o sabe fazer. Bem feito. Melhor do que nós sabemos fazer. Até porque nós, ninguém entre nós, sabe fazer tudo o que é preciso fazer. Muito menos bem feito. Uma coisa parece certa e indesmentível. É que já é tempo de resolverem a crise dos transportes.