domingo, março 01, 2009

caminhos perigosos

Ele há coisas, ela há afirmações, que parecem verdades. Mas que não o são. Sequer podem ser classificadas como meias – verdades. São puras mentiras. Na melhor das hipóteses, serão especulações. Jornalísticas em alguns casos. Políticas em outras ocasiões. Digamos, mesmo, que há quem se entregue ao exercício, diáfano e afanoso, de manipulação para tentar transformar os seus desejos em realidade. Em verdade. Sem desprimor para os verdadeiros e respeitados artistas, há por aí quem esteja a tentar iniciar-se nas artes circenses. Com destaque para o malabarismo, o equilibrismo e a magia. A mágica, para os que assim o desejarem. O que vimos, até ao momento, foram fracos espectáculos. Espectáculos de fraca qualidade. Talvez porque, digamos, estaremos perante aprendizes. De aprendizes ou de charlatães, que pensam poder contar com a ignorância, a ingenuidade e a infantilidade da plateia. Se assim não. Há muito teriam saído de cena.


Na sua última edição (25.02.09), o “Magazine” escreve em título (pag. 09), que “Pondeca não foi corrido”. E, atribui a afirmação a Fernando Mazanga, porta voz da Renamo. Pondeca era, para quem o não saiba, até há pouco tempo, delegado político da RENAMO da cidade de Maputo. Acrescenta a local do mesmo semanário, que “Pondeca teve uma ‘reunião muito digna’ com o Secretário-geral da Renamo Ossufo Momade no qual (sic) foi lhe dada a informação de que iria cessar funções”. Acrescenta a local que “Segundo o porta-voz Pondeca continua a ser muito útil ao partido com a aproximação das eleições gerais porque ‘como sabe, o Conselho de Estado onde ele é membro deve ser consultado pelo PR sobre a data das eleições e ele está lá com muito peso”. Logo a seguir, a notícia acrescenta: “Mazanga também disse que uma vez que o seu líder Afonso Dhlakama decidiu fixar residência em Nampula para estar perto das bases que sofrem, será Pondeca quase o seu representante permanente no Conselho de Estado”. Vamos por partes, como convém. Para se perceber onde começa e onde acaba a tentativa de manipulação da opinião pública. A primeira questão, é a de que Pondeca não tem, nem mais nem menos peso do que os restantes membros do Conselho de Estado. É igual a todos os outros. Sejam eles gordos, magros ou magriços. Como todos os outros são iguais a si. A segunda questão, o desmascarar da segunda falácia, reside em dizer que Pondeca, enquanto membro do Conselho de Estado, ao falar, está a expressar a sua opinião. Pessoal. Só, e só. Seja a sua opinião coincidente, ou não, com a de outros membros do seu partido. Em momento ou em circunstância alguma ele pode ser delegado ou representante de outro. De outro membro do Conselho de Estado. Quando se tenta manipular a informação a este nível, podemos estar a enveredar por caminhos perigosos.