domingo, agosto 03, 2014

Todos iguais perante a lei

O número de acidentes de viação nas estradas nacionais não pára de crescer. Cada um com número variável de mortos e de feridos. Todas as semanas, quase todos os dias. O que parece indicar que estamos perante uma catástrofe nacional. O último terá sido o que ocorreu na província de Inhambane no dia 29 d mês findo. No dia imediato, o “Notícias” titula a toda a largura da sua primeira página Sete motos e 20 feridos. E escreve que Sete perderam vida e outras 20 contraíram ferimentos graves como consequência de um aparatoso acidente de viação ocorrido no meio da tarde de ontem na localidade de Nhacoongo, distrito de Inharrime, na província de Inhambane. Acrescenta que O sinistro que envolveu dois autocarros de transporte semicolectivo de passageiros, terá sido provocado por um outro autocarro com destino à cidade de Maputo ido de Chimoio, que embateu violentamente nas traseiras de um “chapa 100” do tipo mini-“bus” que circulava no sentido Norte-Sul. E mais: Como resultado do violento embate, o “chapa” já descontrolado terá perdido a direcção, acabando por colher mortalmente alguns vendedores que se encontravam nas bermas da estrada a fazer negócio e outros ainda em plenas bancas. Acto contínuo, o “ chapa” viria a se imobilizar depois e colidir na parede de um edifício, o mesmo tempo que se reduzia a simples ferro distorcido. No dia seguinte, actualizando a local, o “Notícias” titulava na página 5 que Número de mortos subiu para doze. E, esclarecia que Subiu de sete para doze o Nero de vítimas mortais do acidente de viação ocorrido, esta terça-feira na localidade de Nhacoongo, distrito de Inharrime, em Inhambane. Ontem, segundo dados apurados pela nossa Reportagem, cinco dos indivíduos que deram entrada no hospital em estado grave acabaram perdendo a vida no leito hospitalar. Segundo o matutino, Ainda não é conhecido o número total de feridos no fatídico acidente, porque até ao principio da noite de terça-feira as equipas de socorro transportavam doentes para três unidades sanitárias receando que possa ascender a meia centena de feridos entre graves e ligeiros. E como que corrigindo a versão do dia anterior, pode ler-se que A culpa é imputada ao motorista do autocarro da Transportadora Anita, que embateu violentamente na traseira de um “chapa”que se encontrava devidamente estacionado no mercado de Nhacoongo, para embarcar e desembarcar passageiros. Já na versão deste motorista desta viatura, que nega a responsabilidade pelo sinistro, justifica que tudo terá sido causado por avarias mecânicas no autocarro pois, segundo ele, minutos antes apercebeu-se da quebra de direcção e não mais conseguiu controlar o veículo até ao embate. Neste tipo de acidentes, colocam-se as mesmas questões de sempre. A começar por saber quem e que tipo de controlo mecânico é feito a este tipo de viaturas antes de ser autorizada a sua circulação. Até por que em muitos casos são acidentes estranhos. Depois, se possuem ou não seguro e quem paga as indemnizações a que possam ter direito as famílias das vítimas. Afinal, exigências feitas ao comum dos cidadãos. Gostaríamos de poder acreditar que somo todos iguais perante a lei.