domingo, novembro 18, 2012

Uma solução errada para um problema concreto e real

Afinal, a solução era outra. Não aquela que foi esboçada. Que foi tornada pública e que chegou a ser posta em prática. No que diz respeito à falta de carteiras nas nossas escolas oficiais. Quem o veio dizer foi o actual ministro da Educação. E disse-o, não a jornalista amigo ou em conversa de barraca mas no Parlamento. Foi assim que ficámos a saber todos, nós povo, das medidas já em prática, para que ninguém, para que nenhuma criança, estude sentada no chão. É o “Notícias”, edição da passada quinta-feira (primeira página) que informa que há Novos planos para o drama das carteiras. E que, logo a seguir escreve: O país necessita de pelo menos 5,3 milhões de meticais para cobrir o défice de carteiras escola que se situa em pouco mais de um milhão, 90 por cento das quais seriam para o Ensino Primário. A local acrescenta que As previsões orçamentais da Educação para o ano apontam a existência de uma verba de 415 milhões de meticais para a compra de pouco mais de 100 mil carteiras. Para a aquisição deste mobiliário foram já lançados concursos nacionais em lotes de sete milhões de meticais para cada uma das províncias e um concurso internacional de 140 milhões de meticais para a compra de 30.000 carteiras. Também ficámos a saber que o actual ministro da Educação não se pronunciou, em nenhum momento, sobre a continuidade ou não da iniciativa de aquisição de “carteiras alternativas” (vulgo bandejas), que chegou a ser defendida pelo seu antecessor, Zeferino Martins. Que, recorde-se, foi largamente criticada. Por vários sectores da sociedade. Por todos os motivos e mais um. O de poder representar perigo para a saúde e o desenvolvimento harmonioso dos estudantes. Das crianças. Acontece agora, parece estar a acontecer, que começou a imperar o bom senso. A favor e em defesa dos alunos e das alunas que estudam nas escolas oficiais. Por todo o país. E a boa nova, a novidade é que algo está a ser feito para que as acrianças deixem de estudar sentadas no chão. Infelizmente ainda não tão já todas. Mas como nos ensina o velho aforismo, “Roma e Pavia não se fizeram num dia”. O que equivale a dizer que o caos e anarquia em que esteve mergulhado, nos últimos anos, o sector da Educação não se ultrapassam de um dia para o outro. Haja consciência disso, dessa realidade. Um primeiro passo, talvez o mais importante, terá sido dado. O da tomada de consciência. E da vontade de mudar, de alterar, o que se apresenta e, agora, parece ser assumido, como errado. E que era uma solução errada para um problema concreto e real.