domingo, fevereiro 03, 2013

Querer não é poder

Há notícias, há posicionamentos públicos que nos animam, que nos encorajam. A querer e desejar continuar estar vivos. Nós, cidadãos comuns. Homens sem mando. Porque em muitos e vários casos, somos levados a pensar que possa estar a haver falta de atenção, falta de conhecimento dos governantes. Sobre o que se possa estar a passar na sua área. Mas, parece que não. Com o correr do tempo, dos tempos, temos vindo a verificar que não é assim. O último exemplo que nos chega vem da parte do Procurador-Geral da República. Vejamos: Na edição do passado dia 4 (página 6), o jornal “Notícias” titulava que PGR denuncia magistrados “serviçais do crime organizado”. Escrevia, a seguir, que O Procurador-Geral da República, Augusto Paulino, denunciou a existência de magistrados ao serviço do crime organizado que fazem “despistes dos elementos de provas”, mas avisou que será implacável contra os Agentes infiltrados no sistema judicial. De acordo com a notícia, Augusto Paulino falava na posse de novos magistrados do Ministério Público para as procuradorias distritais, ocasião que terá reconhecido que “há sumiço de processos com conivência de juízes, procuradores, advogados e funcionários dos cartórios. Depois de divulgar outras irregularidades, o PGR disse que “ contra o crime organizado não pode haver meio-termo: ou ele acaba com o modelo social de organização do Estado que estamos a edificar ou o Estado acaba com ele” Por ser assim, a PGR continuará a “ser implacável, intolerante e absolutamente resoluto para combater este tipo de manobras de agentes infiltrados no nosso seio ao serviço do inimigo, custe o que custar. Concluamos, que fala assim, quem fala desta forma não é gago. Que sabe donde vem a para onde quer ir. Perante um tão apurado conhecimento da realidade, é de desejar que o PGR vá mais além, mais longe. Digamos que ficamos à espera que apresente publicamente casos concretos do que apresentou como generalidades. Que fundamente, devidamente, as suas afirmações. Que nos diga quem é quem. Ou, como diz o povo, que “ponha o gizo ao gato”. Se assim não acontecer, poderá ter o mesmo efeito que “chuva em cima de pato”. Não molha nem molesta. Ou que tudo isto não passar de uma manobra de diversão e de ter, apenas, “força d soda”. Mudar, em si, é um processo violento. Duro e, talvez, dramático. Mudar, exige sacrifícios. Mártires. Sem heróis. Mudar é, sobretudo, um acto de coragem. Mudar está, apenas, ao alcance de quem pode e quer. Apenas uma advertência para dizer que querer não é poder.