domingo, abril 13, 2014

Surpreendidos se não amedrontados

É deveras impressionante o número de notícias que nos chegam, que são divulgadas, sobre casos de roubos. Todas as semanas. Em mais de um dia em cada semana. Tanto a nível do aparelho do Estado como de empresas públicas. As últimas foram divulgadas pelo jornal “Notícias da passada quarta – feira (página 5). Sob o título “Funcionários da EDM deviam 526 mil meticais”, o matutino escreve que Dois funcionários seniores da Electricidade de Moçambique (EDM, Área Operacional de Nampula, são acusados de estarem envolvidos no saque de 526 mil meticais da empresa, usando artimanhas fraudulentas. Acrescenta a notícia que O Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) diz que o acto configura o crime de participação económica ilícita. Segundo a notícia Trata-se do director da Área Operacional de Nampula e do chefe do Departamento Financeiro, cujas identidades não foram reveladas. Os indiciados terão criado uma empresa com um terceiro indivíduo alheio à instituição com a única intenção de favorecê-la nos concursos públicos de prestação de serviços à EDM. Trata-se, ao que a realidade nos mostra, de um processo pouco original. Mas que ainda tem os seus adeptos e os seus seguidores. Resta saber até quando. A mesma notícia fala de um outro caso. Este sim, inédito e original. Sob o entretítulo Agentes de trânsito extorquem na Manhiça, a local diz que O porta-voz do GCCC sublinhou que no distrito da Manhiça, província de Maputo, dois agentes da Polícia de Trânsito afectos no Comando da Cidade de Maputo foram apanhados em flagrante delito a extorquir dinheiro a automobilistas naquele ponto do país. Sem nenhuma autorização, os dois agentes em causa viajaram da capital do país até ao distrito da Manhiça, a cerca de 70 quilómetros da cidade, onde montaram um posto de controlo ilegal, para mandar parar viaturas e extorquir os seus condutores usando as mais complexas artimanhas. Ainda sobre este caso, somos também informados que Os agentes foram surpreendidos por um magistrado do Ministério Público daquele distrito que se apercebeu daquela actividade ilegal. Convenhamos que se trata de um processo original. Seria interessante sabermos também se os agentes policiais se fizeram à estrada para percorrerem os 70 quilómetros utilizando viatura pessoal ou da própria corporação. Talvez a segunda hipótese constitua agravante para a infracção cometida. Para o comum dos automobilistas, não deixa de ser incómodo ser mandado parar, sem motivo aparente. Pior ainda quando os agentes de trânsito são acompanhados pelos chamados “cinzentinhos”. Fortemente armados e nos tratam como criminosos. Os exemplos de actuação irregular destes “cinzentinhos” são muitos. Vão desde a situação no posto do Zimpeto até ao que se passa nas avenidas Mao Tsé tung, Nyerere ou 25 de Setembro. Em muitos dias da semana. Passem por lá e confirmem. Seria interessante ficarmos a saber se esses agentes agem por ordem superior ou por iniciativa pessoal. É natural que fiquem surpreendidos se não amedrontados.