domingo, maio 11, 2014

Há quem ande a navegar por águas turvas

Casos como o presente não são novos. Para nosso mal, para mal de todos nós, pagadores de impostos. Repetem-se. Com demasiada frequência. Com uma frequência assustadora. Um pouco por todo o país. Vejamos. Referindo-se à construção da Hidroeléctrica de Tandara, o “Notícia” (edição do passado dia 7, página 4), titula: Nem água vem nem água vai. E escreve que As obras de construção da micro - barragem da hidroeléctrica de Tandara, no distrito de Sussundenga, em Manica, continuam paralisadas, com sinais de jamais virem a ser retomadas. Receia-se que os fundos injectados, 2.23 milhões de euros, tenham sumido, inviabilizando o prosseguimento do projecto. O articulista acrescenta que As autoridades responsáveis iniciaram há cerca de quatro anos a trocar acusações sobre o falhanço do projecto, sendo que os governos distrital do posto administrativo e a Direcção Provincial dos Recursos Minerais e Energia, acusam o Fundo Nacional de Energia (FUNAE) da situação. Segundo o matutino, O chefe do Posto Administrativo, Lucas Taunde, voltou à carga e diz estar espantado pelo que está a acontecer, pois ninguém explica ao certo o que é que imperou (sic) o projecto. “Não sabemos o que está a acontecer. Dizia-se que o problema estava com o fabricante dos tubos, mas até agora nem água vem nem água vai” – disse Taunde. Ficamos também a saber que As obras de construção da nova barragem hidroeléctrica, conhecida por míni – hídrica, que está em construção numa nascente localizada na região montanhosa de Tandara, arrancaram em Agosto de 2010, com financiamento do Estado, através do FUNAE que, para o efeito, desembolsou pouco mais de 2.23 milhões de euros. Para quem interessar saber, O empreendimento, o segundo do género a ser erguido na província de Manica depois de Honde, no distrito de Báruè está a cargo da Brono Lopes Moçambique (BLM), uma empresa portuguesa de construção civil que, para o efeito subcontratou a TAVEL. Os referidos em peiteiros nunca mais lograram concluir o projecto. Ficamos também a saber, que no meio de tanta água que, afinal não vem nem vai, (...) No global, segundo Lucas Taunde, o trabalho foi realizado em 70 por cento, mas ficou paralisado dês Abril de 2011 alegadamente devido à falta de desembolso de fundos do empreiteiro BLM para a empresa subcontratada TAVEL. Casos de desvio de fundos de obras públicas parecem ter vindo para ficar. Por estranho que isso pareça. Perante uma visível passividade em casos semelhante, ocorre perguntar a quem aproveita tal situação. E se o Estado, como pessoa de bem e como dono do dinheiro que deveria ser utilizado em obras de interesse público, se sente bem, se sente confortável com a situação e com o papel que está a desempenhar. Ou não está. Perante tanta impunidade, ocorre perguntar se não haverá matéria para a actuação da Inspecção do Estado. Ou do Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC). Até pode ser que sim. Do que parece não restarem dúvidas é que há quem ande a navegar por águas tu