domingo, maio 25, 2014

Nem sempre o que parece é

Há coisas pequenas, pequeninas que, a alguns parecem grandes. Enormes. É o caso do que se passa nos EMTPM. Que quando recupera umas poucas dezenas de viaturas da sua enorme frota parecem cantar vitória. Que quando vence uma batalha uma batalha parecem convencidos de terem ganho a guerra. Vejamos o que escreve o “Notícias” do passado dia 22 (página 3). Sob o título EMTPM recupera autocarros, o matutino de Maputo escreve que Quarenta e cinco autocarros dos inúmeros dos inúmeros já paralisados na Empresa Municipal de Transportes Públicos (EMTPM) estão a ser recondicionados para, ainda este ano, reforçarem a frota daquela companhia. Logo a seguir diz que A recuperação enquadra-se no plano de manutenção e reabilitação desenhado pela Direcção da firma com o objectivo de garantir a circulação normal de viaturas e a recuperação daqueles carros tidos como descontinuados. Segundo a PCA da empresa, durante o ano passado foi possível recuperar 20 autocarros com idade avançada mas com potencialidade para circular, que durante muito tempo eram dados por descontinuados e consequentemente paralisados. Ainda de acordo com a referida PCA, A recuperação dos 45 machimbombos é uma mais-valia para a sua instituição uma vez que vão reforçar a frota. Com um universo de 353 autocarros, a transportadora coloca às primeiras horas de cada dia na estrada mas de 130 viaturas, algumas invariavelmente recolhidas a meio da manhã por várias razões. Convenhamos que a diferença entre o número de autocarros existentes e o dos operacionais, é deveras abismal. Deve até, provavelmente, constituir recorde mundial. Pela negativa. O que bem pode significar falta de capacidade de gestão da empresa. Por outro lado, parece bem mais importante do que recuperar autocarros avariados seria assegurar uma eficiente manutenção. Para tanto seria preciso dispor dos necessários sobressalentes. O que parece não acontecer. No mínimo, estamos em presença de um mau negócio. Ou de um negócio mal feito. O que podendo parecer a mesma coisa, não é. De verdade, nem sempre o que parece é.