domingo, dezembro 21, 2008

o discurso político de 2008 não terá qualquer significado em 2009

Desde há poucos dias, desde há poucas dezenas de horas, que estamos em 2009. Dizer que o ano que terminou não foi ano bom ou que foi um ano mau. Poderá não ser correcto, não corresponder a nada. De facto, persistiram guerras, fome, atrocidades, massacres. O preço do petróleo, que era previsto fixar-se nos cem dólares por barril, ultrapassou em muito este valor. Atingiu os cerca de 150. Depois, baixou e ficou pelos 50. Um valor demasiado baixo, uma valor fictício, tendo em conta as reservas conhecidas. Disponíveis. Em exploração. E, aqui, poderá perguntar-se se é ou não rentável explorar as reservas moçambicanas. Muito provavelmente sim. Ao aumento dos preços do petróleo, foi acrescentada a chamada crise financeira, dita mundial. Devido ao facto de muitos bancos terem entrado em processo de falência. Ou a serem intervencionados pelo pelos. Estados para que tal não acontecesse. Em acumulação, tivemos, também, a chamada crise de alimentos. Mais de um década de políticas agrícolas desastradas ou desastrosas, não poderiam ter produzido outros resultados. Era inevitável que essas políticas produzissem os resultados que produziram. E, aqui, os governos, principalmente os africanos, só podem queixar-se de si mesmos. Pelo facto de não terem assumido políticas outras, mais ousadas e mais consentâneas com as suas realidades. Ao invés de terem assumido políticas e imposições dos doadores. Ao invés de terem papagueado as políticas e os objectivos dos doadores. Que, como o tempo o haverá de demonstrar, não irão eliminar a pobreza. Muito pelo contrário. Irão perpetuar a pobreza. Moçambique é, hoje, disso exemplo. É um caso exemplar. Talvez, paradigmático.

Temos de convir que, talvez não seja fácil fazer balanço do quanto aconteceu em 2008. Melhor, mais fácil, será perspectivar o que desejamos que venha a acontecer em 2009. E, aí, poderemos todos conjugar esforços, unir forças. Primeiro, apoiando aqueles que, publicamente, já vieram manifestar a sua disposição para combater o crime organizado. Segundo, dando todo o apoio às políticas nacionalistas de desenvolvimento do distrito. Terceiro, denunciando todos aqueles, nacionais e estrangeiros, que tentam perpetuar a pobreza apoiando e pressionado a introdução de políticas contrários às realidades nacionais. Moçambicanas. E, aqui, atenção, temos de estar atentos para entender onde começa e onde acaba o discurso para satisfazer o doador. O onde se situa o discurso com sentido nacional. Nacionalista. O que poderá equivaler a dizer que o discurso político 2008 não terá qualquer significado em 2009.