domingo, janeiro 04, 2009

estes são apenas alguns desejos

Estamos já em 2009. Embora escreva, ainda, nas últimas horas de 2008. No último dia do chamado ano velho. Ocasião em que jornalistas e jornais elegem e divulgam o que, para si, foram as melhores e as piores figuras do ano. Do ano que chegou ao fim. Trata-se, naturalmente, de um rito, de um ritual. Que pouco ou nada terá de objectivo. Trata-se de pontos de vista pessoais ou colectivos. Resultantes de votações realizadas nas redacções. Logo, sem qualquer rigor sem que tal signifique ausência de democracia. Sem outro rigor que não seja aquele que pode ser atribuído a uma votação. Com ou sem regras estabelecidas. Acresce que este eleger de pessoas, pela positiva e pela negativa, parece deixar de fora aquilo o que se apresenta como essencial. De mais profundo. Ou seja, as ideias. Discutimos muito pessoas. Discutimos muito em termos de bom e de mau. Mas deixamos por fora, deixamos de parte as ideias de cada um. E, isto parece ser, agora, repetição do que se fez ao longo do ano. Talvez por tanto ou por tal nos quedamos, tantas das vezes, na ausência de crítica. Na falta de crítica a ideias e a políticas. De forma argumentativa. Criativa. Confrontando ideias com ideias. Num exercício didáctico e que se pretende salutar. E, impulsionador da consolidação da democracia.


Parece entroncar no mesmo ritualismo, na mesma ritualidade, a manifestação dos desejos que se querem ver materializados no ano que começa. No chamado ano novo. No caso concreto, no ano de 2009. Quando assim, havemos de dizer que, em princípio, o desejo primeiro é o de que se concretize o tudo de bom que o não foi no ano que findou. Tanto no plano pessoal como no colectivo. Nacional. Se assim, parece imporem-se duas sugestões para 2009. A primeira, é a de que se aprofunde o conceito e a materialização da Revolução Verde. Em paralelo com o aperfeiçoamento da aplicação e do controlo do Fundo para Iniciativas Locais. Popularmente conhecido por Sete Milhões. Depois, sem que tenha de ser em segundo plano, vem o combate à corrupção. A todos os níveis. O que já ficou demonstrado ser possível. Basta que, para tanto, haja vontade. Sobretudo vontade política. Sabe-se, todos o sabemos, não se trata de uma missão fácil. Mas, também, que não é uma missão impossível. Como se sabe ser uma missão que irá exigir muita coragem. E, talvez, até, o preço a pagar sejam mais algumas vidas. Estando a elaborar, como estamos, no campo dos desejos, estes são apenas alguns desejos.