domingo, outubro 04, 2009

só o trabalho produz riqueza

Este país é e será aquilo que os moçambicanos quiserem que seja. Que venha a ser. O país não se constrói a partir de fora. O país só se constrói, a partir de dentro. Com trabalho e com o trabalho dos moçambicanos. Porque só o trabalho gera riqueza. E nós, todos nós, podemos produzir riqueza. Temos o dever de produzir riqueza. Todos nós temos o dever de trabalhar. Todos nós podemos trabalhar. Nas mais diversas actividades. Em actividades mais ou menos complexas. De acordo com as habilidades de cada qual. Segundo os conhecimentos e a formação de cada um. Sendo que ter trabalho não é o mesmo que ter emprego. Sendo que emprego é, desde há muito, um bem raro. Mesmo em países ditos desenvolvidos. De onde, hoje e cada vez mais, importamos modelos, hábitos, gestos, vícios. Em muitos casos modelos ultrapassados. De ineficácia comprovada. Que, terá sido comprovado, não foram e não são solução. E que, menos ainda, provaram ser eficientes. Na nossa realidade.


Cidadãos de muitos e de diferentes países migram para Moçambique. Serão centenas, serão milhares. Na maioria dos casos, clandestinamente. E, por isso, quando descobertos pelas autoridades nacionais serem detidos ou repatriados. O que os faz vir até nós é, só, a esperança, a expectativa de trabalho. Seja que tipo de trabalho seja. Apenas trabalho. Embora, na maioria dos casos, trabalho definido como ilegal. Por violar tudo quanto seja lei ou regulamento. O que não invalida poder afirmar-se ser trabalho duro. Em muitos casos executado em condições desumanas. Nós por cá, internamente, pensamos em plano oposto. Primeiro, exigimos condições. Depois, vêm o emprego. Por fim, se e quando, é que se fala em trabalho. A este propósito, parece ser paradigmático o pensamento do presidente do Conselho Nacional da Juventude. Veiculada na última edição do “Zambeze” (pag. 14), com o título Para jovens afectos nos distritos - CNJ exige melhor habitação. Como se afigura lógico e como fica claro ao longo do texto, a exigência é feita ao Governo. Mas, a questão é que existe uma outra lógica. E, esta outra lógica é a lógica de aproveitar a motivação dos estudantes que já realizaram actividades de férias nos distritos. Ou que venham a realizar. E o seu desejo de aí se fixarem. Sabendo, eles, que terão de construir tudo a partir do nada. Sabendo, eles, que não se pode distribuir aquilo que não se produzir. E que só o trabalho produz riqueza.