domingo, setembro 05, 2010

Exigimos mais respeito

Entre nós, o pão é um dos mais importantes alimentos. Principalmente a nível de centros urbanos. Acontece que a nossa produção de trigo é reduzida. É insignificante em relação às necessidades. Logo, resta o recurso à importação. Ficamos à mercê dos preços praticados no mercado internacional. E quando estes sobem, sobre o preço do produto acabado. Na nossa terra. Sobre o preço do pão. E, foi o que Aconteceu mais uma vez. Só que a subida, o aumento, não é um processo automático. Resulta de negociações e de acordo entre panificadores e governo. Como aconteceu mais uma vez. De acordo com o tornado público, pretendiam os panificadores que o aumento fosse tornado efectivo a partir de 1 do corrente mês. Depois das negociações, veio o governo dizer que só iríamos pagar mais por um metical por pão a partir de amanhã, dia 6. Acontece, porém, que algo de estranho se terá passado. É que, de facto, o pão subiu de preço na passada segunda-feira. O que significa, em primeira análise, que os panificadores não respeitarem o acordo assinado com o governo. O que a ter acontecido, será mau. Ou que, em alternativa, o governo assinou ou compromisso sem perceber o que estava a assinar. O que será estranho. De qualquer das formas, trata-se de um ponto que precisa de ser esclarecido. Por quem o dever e o poder para o fazer.


Quem possui energia eléctrica na sua residência, forçadamente, assinou contrato com a Electricidade de Moçambique (EDM). A menos que tenha feito ligação clandestina. O que não são os casos em apreço. O que acontece é que a EDM está a proceder à substituição do contador convencional por credelec. Em condomínios da cidade de Maputo. Porém, terá cometido falha grave. Ao esquecer-se de avisar os seus clientes da operação. Individualmente. E por escrito. O que fez foi enviar uma carta dirigida às comissões de moradores. Que sem se saber como ou porque artes de magia apareceu afixada em áreas comuns dos prédios. Como se as comissões de moradores tivessem alguma coisa a ver com as relações contratuais entre a EDM e os seus clientes. Ou se tivessem alguma competência legal para intervir nesta área. Acresce que a referida carta não é clara. Digamos, mesmo, que é confusa. Em vários aspectos. A começar pelo facto de não indicar, claramente, a data da mudança dos contadores. Depois, trata-se de um documento redigido em linguagem arrogante. Um documento que tanto pode ser definido com apócrifo como anónimo. Por falta de assinatura. Num mínimo, trata-se de um documento sem qualquer valor jurídico. Nem valor legal. Talvez, muito por hipótese, um documento provocatório. No máximo, revelador de uma mentalidade fascista. Resta dizer que como cientes da EDM, como clientes sem dívidas à EDM, sentimos que merecemos mais respeito. Temos o direito a exigir mais respeito. Exigimos mais respeito.