domingo, junho 02, 2013

Exige-se respeito pelo outro

Ainda sobre a greve dos médicos, que parece não ter fim previsível, o governo tomou na terça-feira uma posição pública. Segundo titula o jornal “Notícias”, edição de quarta-feira (página 5), Governo elogia humanismo dos que asseguram o atendimento. E, logo a seguir escreve que O governo manifestou o seu profundo reconhecimento a todos os médicos e outros profissionais da Saúde que, de forma incondicional, têm vindo desempenhar as suas funções com zelo, dedicação e abnegação durante o período que dura a greve provocada pela Associação Médica de Moçambique. Logo a seguir, pode ler-se que Um comunicado de imprensa recebido no período da noite dá conta que o Conselho de Ministros reunido na sua 16 Sessão Ordinária, analisou a situação da paralisação laboral dos médicos e outros profissionais da Saúde liderada pela Associação dos Médicos de Moçambique desde o dia 20 de Maio de 3013, à escala nacional, exigindo um aumento salarial de 100%, a aprovação do Estatuto Médico pela Assembleia da República, entre outras exigências. Já no dia seguinte, o mesmo matutino, titula na primeira página que Orçamento rectificativo não contempla salários. E, logo a seguir esclarece que O Orçamento rectificativo a ser apreciado pela Assembleia da República na Sessão Extraordinária de Agosto próximo não contempla a acomodação da reivindicação do aumento salarial na ordem dos cem por cento para os médicos e outros profissionais da saúde. Se bem se pode entender, a questão já não á da capacidade financeira ou não capacidade, mas uma mera questão legal. Adiante. O referido matutino, no mesmo dia (página 5), referindo-se ao diálogo com os médicos, titula que MISAU admite presença da PSU. A seguir escreve que O Ministério da Saúde (MISAU) admitiu ontem a presença dos representantes dos Profissionais da Saúde Unidos (PSU) nas negociações com a Associação Médica de Moçambique. Ainda segundo a local No entanto, a porta-voz daquele Ministério (...) esclareceu que o Governo não mudou de posição, apenas aceitou sentar-se com as partes para definir as modalidades de diálogo com vista a acabar com a greve. Pelo que tem vindo a público, o que certamente está longo de ser o que se passa em sede de negociações, parece haver algumas contradições. Talvez muitas. Entre as várias e possíveis, dizer que o governo não queria falar nem ouvir falar na PSU. Agora já admite a sua presença nas negociações. A isto, à falta de melhor termo ou expressão, chama-se cedência E é bom, é salutar que cada uma das partes ceda onde pode ceder. Posição, declaração pública que não terá caído bem aos médicos, ao pessoal da saúde, nem a nós todos, foi a da porta-voz do MISAU. Segundo percebemos, e se entendemos bem, a senhora não precisa dos médicos. Foram eles que pediram emprego. Logo, se quiserem ir todos embora, que vão. Dada a gravidade da situação, este tipo de assuntos não podem ser resolvidos com os pés. Independentemente do lado para onde possa pender a razão. Devem ser resolvidos com a cabeça. Sobretudo com cabeça fria. E com respeito pelos outros. Exige-se respeito pelo outro.