domingo, maio 26, 2013

Não esquecer o tempo que passou

As conversações entre Governo e Renamo parecem que caminham no bom sentido. No sentido de serem conseguidos consensos, concordância, acordos. Segundo o Jornal “Notícias” (edição do dia 21, página 1), Governo e Renamo buscam aproximação. A seguir escreve que O Governo e a Renamo deram ontem indicações de pretenderem ultrapassar as questões divergentes que continuam a emperrar o diálogo entre as partes, no quadro das conversações em curso sobre as questões relativas à situação política, social e económica do país. A terminar a local, o matutino de Maputo escreve (...) que o chefe da delegação governamental reiterou que o Governo está aberto à iniciativa de rever qualquer aspecto das leis em vigor no país. Quanto ao chefe da delegação da Renamo (...) reiterou a necessidade de observância das questões prévias por si colocadas, considerando, porém, que a ronda de diálogo ocorrida ontem foi um passo importante para o prosseguimento das conversações na próxima segunda-feira. Ao que parece, há aqui, entre ambas as partes, um grande espírito de abertura, uma grande capacidade de diálogo. Ainda bem. É necessário, uma vez por todas, eliminar tensões e crispações. Precisamos poder viver em tranquilidade. Já não tanto assim, de forma diferente, é como o diferendo entre a Associação dos Médicos de Moçambique (AMM) e o Ministério da Saúde surge ao público. O referido matutino, sobre a greve na Saúde, no mesmo dia e na mesma página titula que Plano de contingência minimiza impacto real. Ora, aquilo que se pretende não é o minimizar, mas sim a sua solução. A seguir, escreve que Médicos e outros profissionais da Saúde observam desde ontem uma greve geral de cinco dias à escala nacional, exigindo melhorias salariais e estatuto. Na véspera, citando um comunicado oficial, o “Notícias” informava que a Greve é ilegal. Isto por que o Ministério da Saúde (...) considera que a greve dos médicos convocada para hoje pela Associação Médica de Moçambique (AMM) é ilegal, na medida em que a constituição da República não atribui competência às associações profissionais para convocarem greves. Apesar deste argumento legalista, desta mera formalidade de ocasião, parece que as partes começaram a caminhar no caminho do entendimento. De procurarem resolver o diferendo por formas pacíficas. Sem necessidade de recurso à violência. Que é monopólio do Estado. Talvez por isso, ou não por isso, tenha surgido a compreensão da necessidade de diálogo. De um diálogo frutífero entre as partes em conflito. Independentemente de quem tem razão. Mais ou menos razão. Porque a razão não é um valor adquirido. Definitivo. Todos têm razão e ninguém tem razão. Depende do tempo e do espaço. Talvez devido à complexidade da situação MISAU e médicos ensaiam aproximação, segundo o “Notícias” da passada quinta-feira. Que acrescenta que A Greve no sector da Saúde entra hoje no seu quarto dia com o Governo e a Associação Médica de Moçambique (AMM) a ensaiar retorno ao diálogo visando eliminar as diferenças por detrás da paralisação. Esta, parece ser uma posição correcta. Talvez a mais correcta. Temos de convir que ambas as partes em conflito, ou seja médicos e Governo têm capacidade para fazer bem melhor daquilo que estão a fazer. Assim o queiram fazer. Este dever e querer fazer, significa uma obrigação de ambas as partes. Os doentes deste país merecem tudo Merecem mais e melhor. A ambas as partes, desejar que se entendam. Sobretudo, recordar-lhes que é preciso não esquecer o tempo que passou.