domingo, dezembro 22, 2013

Uma coisa é informal, outra coisa é ilegal

Estão a suceder-se os actos de vandalização do sistema de abastecimento de energia eléctrica à N4. Na sua edição do passado dia 20, página 3, o “Notícias” titula: Vandalização deixa N4 às escuras. E, a abrir a local escreve que Indivíduos desconhecidos vandalizaram há dias o posto de transformação (PT) número cinco localizado na estrada Maputo/Witbank (N4) afectando a provisão de iluminação pública no troço entre o “Nó da Machava e o cruzamento da CMC, no Município da Matola. Acrescenta a notícia que Segundo Fenias Mazive, director de manutenção da Trans African Concessions (TRAC), concessionária da rodovia, esta é a quarta vez, no espaço de um mês, que o referido PT é alvo da acção dos malfeitores, cuja acção consiste na retirada de disjuntores industriais e contadores, presumivelmente para venda no mercado informal. Ainda segundo a notícia, existe em toda a extensão da N4 em território moçambicano, um total de dez postos de transformação instalados em vários pontos da via (...) mas o PT úmero cinco, localizado junto à terminal da FRIGO é a que tem sido mais visada nas acções dos malfeitores, que de acordo com a leitura de Mazive, podem ser indivíduos conhecedores da área da electricidade, a medir pela perícia com que actuam para retirar os equipamentos instalados sem sequer cortar o sistema normal de fornecimento de energia eléctrica. Nem sequer parece necessário continuar a transcrever por aí em diante. Podemos ficar por aqui. O que se sabe é bastante. Para não dizer muito. Importa, pois colocar algumas questões. Pertinentes. Perante o relatado, o noticiado, pode perguntar-se se está a ser feito tudo quanto é possível fazer para neutralizar os vândalos, os sabotadores. E evitar este género de situações. Ao que parece não. A primeira questão que se deve e pode colocar é quanto vale cada uma das peças roubadas. Mesmo quando no informal. E para que servem. Que utilidades têm no informal. E, por aí em diante. Ora, sabendo-se, como parece, que as tais peças têm comprador no informal, talvez seja pertinente iniciar uma investigação por aí. Pelo Informal. Para se saber quem recebe e quem compra o material roubado. Seria um exercício útil. Mas, também necessário para se perceber quem é quem no informal. Afinal, o informal é constituído por homens e por mulheres. Por seres humanos. E informal até pode nem ser sinónimo de ilegal. Nem sempre é. Uma coisa é informal, outra coisa é ilegal.