domingo, dezembro 08, 2013

Vamos a isso

Como é de todos nós conhecido, nos últimos tempos, várias cidades moçambicanas têm sido palco de raptos. De adultos e de crianças. De várias nacionalidades. E de pedidos de elevados valores monetários pela libertação dos sequestrados. O que, naturalmente, provoca naturais problemas psicológicos entre as famílias das vítimas. Outro tanto no desenvolvimento das suas actividades económicas. Sobre o “quem é quem” neste processo, muito se tem especulado. Há quem diz não entender nem perceber o que se está a passar. Como há quem diz saber tudo. Ao certo, sabemos todos pouco. Quase nada. Num recente julgamento de raptores, estavam alguns agentes policiais. Que foram condenados a pesadas penas de prisão. Já mais recentemente, vieram notícias a público do envolvimento d agentes da PRM no caso de um outro rapto. Com o título Raptam motorista por engano, o “Notícias” da passada quinta-feira, (primeira página) escreve que Quatro agentes da PRM estão indiciados num recente caso de rapto falhado do proprietário da Basra Motores, uma empresa dedicada à venda de viaturas na cidade de Maputo. O cabecilha do grupo, identificado por I. Cândido, está detido desde a passada segunda-feira no Comando dac Força de Intervenção Rápida na cidade de Maputo, juntamente com um agente da Polícia de Trânsito cujo nome ficou-se por saber, estando a corporação à procura de outros dois colegas agora foragidos. Ainda segundo a local, o referido indivíduo, terá chefiado o grupo de polícias que por engano raptou o motorista da Basra Motores confundindo-o com o patrão daquela empresa de venda de viaturas. Ainda segundo o jornal “Notícias” Como resultado das dilig6encias que terão sido já efectuadas pela Polícia para esclarecer o caso, este agente de Trânsito terá indicado I. Cândido como cabecilha do grupo. Recorde-se que colocado `frente do seu colega I. Cândido ele confirmou tratar-se da pessoa que comandou o rapto falhado em Boane. Ao que estamos a perceber, a nossa realidade é uma realidade de polícias e de ladrões. Sendo que não é de polícias ladrões. O que se apresenta como bem mais grave e mais preocupante. O que se está a passar em Moçambique, no momento presente, faz-nos recuar no tempo. E recordar o que é a história do Oeste americano de há muitas décadas atrás. E, o que se terá passado no Brasil em décadas mais recentes. No tempo dos chamados “esquadrões da morte”. Quem se lembre desse então, tem espaço suficiente para fazer a analogia. Entre as três realidades em tempos diferentes. E, até, se quiser juntar alguma dose de imaginação, questionar se entre a instabilidade criada na comunidade portuguesa em Moçambique, com a questão, não há por aí algumas mãozinhas estranhas. Se não há por aí algumas mãozinhas, pouco limpas De alguns antigos agentes da PIDE. Até pode haver. A questão está em abrirem os olhos e verem. Ainda segundo a local do “Notícias” As autoridades policiais garantem que tudo farão no sentido de purificar as fileiras, uma vez constatar-se que alguns elementos em exercício na corporação estão ao serviço do crime organizado. A pergunta que se coloca, talvez com ingenuidade, é se são apenas alguns elementos. Pode ser que não. Talvez seja necessário purificar da base ao topo e do topo à base. Vamos a isso.