domingo, janeiro 06, 2008

só o trabalho gera riqueza

O ano de 2007 já nos deixou. Passam alguns, poucos, dias. Dele disse quem tinha algo para dizer. De forma, naturalmente, subjectiva. Nem de outra forma poderia ser. Todos sabemos que o que é bom para mim, ou o que classifico como mau, pode ter apreciação inversa pelo meu amigo ou pelo meu vizinho. É assim, por exemplo, que se, acaso, me fosse pedida opinião sobre o que de pior aconteceu nos finais do ano findado não teria qualquer dúvida em eleger, em escolher. Diria que foi o aumento, escandaloso, nos preços de muitos produtos alimentares. Por outras palavras, a especulação. À custa do nosso bolso. Confortado com o 13º vencimento. Mas, também, em desfavor da nossa barriga. E das barrigas dos nossos mais próximos de nós. Bem tentaram, alguns, argumentar e defender os especuladores. Dizendo que não. Argumentando que, desde há muito, a África do Sul havia feito subir os preços de produtos que ali vamos buscar. Como parece claro, não se trata de argumento. É falácia. Trata-se de desculpa para tentar encobrir a falta de capacidade de fiscalização. Trata-se de capa ou de chapéu – de –chuva para proteger especuladores e oportunistas. Caso não, é preciso saber explicar a razão das diferenças de preços praticados em relação a alguns produtos importados. Como ovos e batatas. Mas, também podemos falar nas diferenças de preços de produtos de produção nacional. Como o leite condensado e os refrescos. Definitivamente, o combate à pobreza também passa pelo combate aos especuladores. O que pode exigir uma mais elevada dose de coragem e, naturalmente, mais patriotismo.



Estamos, pois, em 2008. Todos nós. Quem escreve e quem lê. E, também aqui, neste ano que os homens convencionaram ser de 2008 depois de Cristo, me atenho. É que, acaso me fosse pedida opinião sobre o devir, pouco teria a dizer. Haveria de eleger, apenas um, não mais, tema central. Estou a referir-me à Revolução Verde. Não a essa que já é notícia de jornal, vinda lá do distrito. Como acabada. Muito como mera retórica discursiva. Talvez, quem o sabe, como mero oportunismo político. Na minha modesta opinião, Revolução Verde tem nada a ver com ONG´s e pouco com sociedade civil. Trata-se de um processo que, por hipótese, irá colocar em questão hábitos, crenças, mitos e tradições ancestrais. Talvez, mesmo, violentar. No sentido de obrigar a alterar e a mudar. Formas de viver e de estar. Por isso, se lhe chama de Revolução e se a apelida de Verde. Abnegação, espírito de sacrifício, trabalho. Sobretudo trabalho, são condições para criar riqueza. Porque, e aqui não é conhecida tese contrária, só o trabalho gera riqueza.