domingo, fevereiro 24, 2008

qual a origem e o destino das 40 crianças

Há, neste momento, duas questões em relação às quais já devia ter havido informação pública. Clara. Convincente. Conclusiva. A primeira, prende-se com a decisão governamental de não aumentar os preços dos combustíveis aos transportadores semi - colectivos de passageiros. Como condição de, estes, por si, não aumentarem o preço das tarifas aos transportados. Ao que parece, apenas ao nível de Maputo e da Matola. Mas, o país é grande. Não se resume a Maputo e à Matola. Para q quem não saiba, tem mais nove províncias. E, aí, como cá, ou se viaja de “chapa” ou não existe hipótese de viajar. Logo, ao negociar sobre o preço das tarifas em Maputo e na Matola, o Governo regionalizou um problema que é nacional. Ou, pior, tentando dar a ideia de ter resolvido um problema, resolveu um problema de Maputo e da Matola. Pior, resolveu nada. Resolveu, problema nenhum. Depois, quando seria de esperar que fosse o Governo e os transportadores a discutirem a forme de manter os antigos preços dos combustíveis, isso não está a acontecer. Estamos a saber, estamos a ler, que são as gasolineiras quem está a discutir directamente com os transportadores. Mas, apenas duas gasolineiras. O porquê de serem apenas duas, ninguém explica. O porquê de o Governo se ter colocado de fora do estudo da aplicação da medida por si tomada, também ainda ninguém explicou. E tal posicionamento, tanto pode ser interpretado como uma fuga para a frente como um tiro no pé.


A segunda questão, até ao momento não explicada, convenientemente, é a das 40 crianças que, recrutadas no norte, viajavam. Para estudar o islão. E que, depois de interceptadas a meio da viagem, em condições objectivamente desumanas, regressaram aos seus locais de origem. Um regresso que esclarece pouco, ou nada. E que alimenta a dúvida sobre se se tratava, ou não de tráfico de crianças. De seres humanos. Nada indica que não. Tudo aponta para que sim. Tudo aponta para o facto de podermos estar perante uma situação de crianças e de pais manipulados. De pais que entregaram os filhos para fins que desconheciam. Para fins outros que não eram o de serem nacionalista e moçambicanos íntegros. Cabe ao Governo, naturalmente, e em primeiro lugar, averiguar e esclarecer como estas crianças foram recrutadas. Quem as recrutou. Com que objectivo foram recrutadas. Qual o seu destino final e último. Mas, mais, que ensino iriam ter nas escolas que, era suposto, iriam frequentar. E, por fim, que programas de ensino são usados nestas escolas. É necessário dizer, publicamente, se estas escolas ministram o ensino oficial moçambicano. Ou se não. Se são escolas onde os alunos recebem apenas ensinamentos religiosos. De uma única religião. Parece necessário esclarecer, de uma vez por todas, qual a origem e o destino das 40 crianças.