domingo, setembro 13, 2009

Tirar o espaço de manobra aos oportunistas e aos vigaristas

A poucos dias do início da campanha eleitoral, existe um ambiente político pouco pacífico. Em virtude de a Comissão Nacional de Eleições, CNE, haver rejeitado significativo número de candidaturas. Cujas causas prometeu explicar. Em separado, a cada um dos partidos. O que ainda não tinha acontecido à hora e no dia em que escrevo. Explicação essa que, convenhamos, desde já, como método de trabalho parece ser correcto. O que se pode pedir, neste contexto, é que se quando e onde a CNE possa ter cometido erro, faça a sua correcção. Que proceda ao reparo do errado. Por outro lado, quando o erro ou a falha seja dos partidos, que também estes aceitem não terem cumprido o legislado. Ou que não estando em condições de cumprir o seu dever, ficam impedidos de ir mais além. Do que já foram. Do até aqui. Parece claro que a situação exige capacidade de diálogo. De um diálogo sério e honesto. De um diálogo sem subterfúgios. Exige, também, e talvez ainda mais, tolerância. Sobretudo tolerância. O subir do tom de voz, as ameaças de boicote, as tentativas de chantagem, nenhum problema irão resolver. Menos ainda poderão dignificar o processo eleitoral e os respectivos concorrentes. Protestar é lógico e é um direito. Dentro dos limites que todos conhecemos.


Em processo eleitoral anterior, registaram-se erros e falhas que, agora, podem ser evitados. Prevenidos. Aconteceu em algumas mesas de voto o que não se encontra explicação para poder ter acontecido. Na ocasião, como hoje, como agora, à distância no tempo. Foi na Escola Secundária da Polana. Onde jovens sem conhecimento da Lei, ou mal formados, talvez deformados, fizeram da sua vontade Lei. Se é permitido o termo, transformaram um acto digno e nobre, numa bagunça. Numa bagunçada. Clarifiquemos a situação. Na referida Assembleia de voto, houve mesas que funcionaram bem. Onde foi respeitada a Lei. Em, outras não. Onde aconteceu a ordem de chegada e a posição na fila de votação não foi respeitada. Como não foram respeitadas as grávidas. Nem os idosos. Imperou o amiguismo e o companheirismo da copofonia. Muito exibicionistas passaram à frente de pessoas que ali tinham chegado, em muitos casos, hà mais de cinco horas. O protesto dos lesados teve como resposta ameaças. Ameaças físicas veladas. A CNE tem o dever e a obrigação de evitar a repetição deste género de comportamentos. Deve definir, claramente, a quem não se exige que respeite a ordem de chegada ao local. Quem tem prioridade de votar sobre quem. E tornar pública a sua decisão. Para evitar, de uma vez por todas, que meia dúzia de imbecis e de cretinos tenham o poder de transformar a sua vontade e o seu desejo em lei. E que, em paralelo, todos aqueles que se sintam lesados tenham um instrumento legal para suporte do seu protesto. Em definitivo, a CNE tem a obrigação, moral e legal, de tirar o espaço de manobra aos oportunistas e aos vigaristas.