domingo, dezembro 23, 2012

É preciso querer ir em frente

Não todos os dias que ouvimos e vemos dirigentes do Estado virem a público reconhecer erros e desvios de comportamento. De subordinados seus, de homens e de mulheres. Mas, está a começar neste final de ano. Saudemos a iniciativa e o posicionamento correcto. E a coragem em criticar o que é incorrecto. Os desvios de comportamento. O que está errado e precisa de ser corrigido. Primeiro caso, primeiro posicionamento foi o do vice-ministro do Interior. Em Inhambane. Que criticou o comportamento, a forma de actuação errada de certos agentes da Polícia de Trânsito. Em relação aos quais prometeu medidas punitivas severas. Incluindo a expulsão. Agora, mais recentemente (“Notícias” de 24 de Dezembro, primeira página), foi o comandante - geral da Polícia a denunciar irregularidades no ingresso na Polícia. Com o título “Jorge Khalau denuncia venda de registo criminal”, o matutino esclarece que O comandante – geral da Polícia, Jorge Khalau, denunciou a existência de uma rede de funcionários da administração da justiça envolvidos em esquemas de falsificação de registo criminal para favorecer a entrada na corporação de cidadãos criminosos ou com alguma ligação a grupos de malfeitores. Mais escreve o diário, que Parte dos documentos a esse respeito têm sido falsificados, sendo que alguns funcionários são coniventes porque não estampam o que na verdade consta nos arquivos em relação ao cidadão. Por essa razão temos que reforçar o nosso sistema de arquivos centrais para que não continuemos a ter pessoas com documentos que os abone quando, na verdade já foram condenados por práticas criminais. São estes que ao entrarem na Polícia causam problemas, pois continuam aliados aos malfeitores. Há um trabalho intenso que está sendo feito com os Serviços de Registo Criminal para apurar a legalidade de alguns certificados de registo criminal que têm sido apresentados pelos candidatos, pois há muita falsificação – disse. Por outras palavras, sendo curto e breve, o bandido, o ladrão, descobriu que a melhor de poder actuar impunemente era conseguir entrar na Polícia. Foi isso que começou a fazer. Daí a dúvida, a suspeita do cidadão comum muitas das vezes quando é abordado por um agente da polícia, se está perante um seu defensor ou de um criminoso. Muitas das vezes a segunda hipótese por ser a mais correcta. Neste final de ano, a poucas horas do início de 2013, desejar a todos os pacientes leitores um Bom Ano Novo. E saudar e felicitar a posição dos responsáveis do Ministério do Interior. Por inédita e por corajosa. Desejar, também, que outros e em outros ministérios saibam e queiram seguir o exemplo. Mas, também, deixar, uma vez mais, a chamada de atenção para a actuação e o comportamento errados de muitos dos chamados “cinzentinhos”. Que constituem uma vergonha para a Corporação. Detectadas algumas causa do mal, é preciso limpar a casa. É preciso querer ir em frente.