domingo, julho 27, 2008

Fica a dúvida se nem sempre o que parece é

É facto que nem sempre o que parece é. Que não é suficiente parecer para ser. Que pode parecer e não e não ser. E que pode ser sem parecer. . Ou ser e não parecer. Assim, ser e parecer, serão questões distintas. E, sem serem opostas também não serão afins. Confluentes ou coincidentes. Apenas distintas. Talvez, até, independentes. A questão que se coloca, a questão que fica por saber, é se o muito parecer pode indiciar ser. Se a repetição constante do parece, pode indiciar o é. O que é. Se o tanto parecer, indicia camuflagem e máscara. E subterfúgio do é. Neste caso, nesta preposição, o é antecede o parece. O é, é. Tem existência própria. Existe. Antes, depois e para além de. Ao contrário, o parece será a visão subjectiva do é. Subjectiva e à posteriori. Sem se aceitar que existe um é, não será possível afirmar que nem sempre o que parece é. Ou, que não é. Independentemente de parecer ou de não parecer, o é não permite alternativas. Não há alternativas ao é. Ou é, ou não é.


Ele há inquéritos e há inquéritos. Há investigações e há investigações. Que podem, muito bem, ser todos magistralmente conduzidos. E, tecnicamente exemplarmente realizados. Honestos e intocáveis nos planos da ética e da moral. Mas cujas conclusões, em alguns casos, nos trazem muitas dúvidas e deixam certeza nenhuma. Que não nos trazem nenhuma tranquilidade. Estamos a falar sobre casos concretos. Sobre casos reais e concretos. E recentes. Primeiro, do caso dos jovens que vinham do norte para o sul do país. A pretexto de virem estudar. Transportados num camião. Sem um mínimo de condições. Ou em condições desumanas. Depois, foi o grupo dos outros tantos jovens. Que viviam no Bairro do Triunfo, cidade de Maputo. Que o Tribunal comprovou terem sido maltratados por dois cidadãos turcos. A viverem ilegalmente em Moçambique. Agora, por fim ou por agora, há o caso dos oito cidadão indianos a trabalharem ilegalmente no país. Suspensos pelo Ministério do Trabalho (Notícias de 22.07.08.). Coincidência ou não, factor comum a todos os três casos, é o de se tratar sempre de homens. Coincidência ou não, é o facto de aos três casos aparecer associado o nome da Associação Muçulmana de Moçambique. Com uma participação pouco clara e, nunca devidamente esclarecida. Nem desmentida. Fica a dúvida se nem sempre o que parece é.