domingo, abril 26, 2009

alguns já estão a saltar fora

O assunto já aqui foi abordado. Mas, merece a pena repetir. Insistir no tema. Refiro-me ao elevado número de pessoas que, todos os anos, perdem a vida em acidentes de viação. Mil, segundo dados divulgados na passada semana pela Polícia. E, convenhamos, mil mortos em acidentes de viação, num ano, é um número assustador. É um número anormalmente elevado. As estatísticas disponíveis não o dizem mas, para além dos mortos, terá havido elevado número de feridos. E, de certeza avultados danos materiais. O número global referido, também não permite saber a idade das vítimas. Nem a sua profissão. Nem o seu nível académico. Nem o tempo de internamento médio dos feridos. Até recuperarem para poderem voltar ao trabalho. E, é pena que todos estes dados não estejam disponíveis. Que ainda não existam. Se as estatísticas fossem mais além, seria possível começar a estimar custos sociais. Os custos materiais desta verdadeira hecatombe que se abate sobre nós. E, assim, começar-se a criar maior sensibilidade para o problema. Não custa prever que estamos perante custos na ordem das centenas de milhar de contos por ano. Adicionando valores investidos na educação e na formação média ou superior das vítimas a custos com assistência médica e hospitalar dos feridos. Com naturais reflexos e custos na redução da produção e em faltas ao trabalho.


O elevado número de acidentes de viação, é assunto que já começou a preocupar diferentes entidades nacionais. Felizmente. Daí o terem estado, recentemente, em Maputo, dois especialistas indianos na matéria. Que, no decorrer de uma palestra, disseram trazer algumas soluções. Dado a Índia ser um país similar a Moçambique. Entre os conselhos deixados, ficaram a condução defensiva, o uso do cinto de segurança, não condução em estado de embriaguez, controlo de velocidade e publicidade para a consciencialização das pessoas. Por minha conta a risco, acrescentaria mais alguns. Por exemplo, verificação do estado técnico das viaturas, verificação da existência de licenças de condução, prisão e apreensão das viaturas ilegais ou conduzidas por menores, maior rigor na fiscalização policial. Naturalmente, não haverá uma solução única nem acabada para o problema. Há que actuar em diversos sentidos e em diversas direcção. E, esta parece ser a estratégia do Instituto Nacional de Viação, ao estabelecer parcerias com diferentes sectores. Até prova em contrário, uma estratégia correcta. Assim os parceiros se mostrem empenhados na execução dessa estratégia. Na solução de um problema que é de todos. Mas, ao que parece, alguns já estão a saltar fora.