domingo, agosto 02, 2009

há grande resistência à mudança de comportamentos

Voltamos aos acidentes rodoviários. É que uma luz de grande expectativa e de grande esperança se havia acendido. Com a visita do PGR à Ortopedia do HCM. A que se seguiu o Colóquio Nacional sobre Acidentes de Viação. Presidido pelo Chefe do Estado. O que, por si só, pode ser interpretado como os sinistros nas estradas constituem preocupação do Governo. Ao mais alto nível. Não menos importantes e oportunas foram as declarações feitas, na ocasião, pela Ministra da Justiça. Depois, logo a seguir, essa luz de expectativa e de esperança, começou a esmorecer, começou a extinguir-se. Até morrer, até se apagar. Por completo. Ao longo dos dias seguintes. Com as tentativas, sucessivas, de desvirtuar conclusões e objectivos. Saídos da magna reunião. Digamos, mesmo de retardar o levar à prática acções concretas. E, realizáveis a curto prazo, no imediato. Sejamos claros em alguns aspectos, Um deles, é o de que o problema para tão elevado número de mortes nas estradas não reside na necessidade de actualização da legislação existente. Reside, antes, em fazer cumprir a que existe. Quando um condutor passa com um sinal vermelho, não é uma questão de falta de lei. È uma questão de violação da lei. E que, como tal, deve ser punido. Quando um agente da Polícia de Trânsito se faz transportar em mota da Corporação sem capacete, não se trata de falta de Lei. Trata-se de violação da Lei que ele, agente, deve cumprir e fazer cumprir. Quando uma brigada da Polícia de Trânsito, das muitas que operam ao longo da EN 1, está escondida ao abrigo de árvores ou de arbustos, não é uma questão de falta de Lei. É uma questão de comportamento errado. Com a agravante de se fazer deslocar em viatura com matricula civil. Nacional, quando não da África do Sul.


Segundo o “Notícias” (edição de 29.07.09), ao referir-se à reunião já mencionada, Dentre os pontos a serem incorporados no novo plano, segundo conclusões saídas do encontro, figuram melhorias das vias de acesso e consequente sinalização (...). O que, ao que parece, nos começa a remeter para o plano da utopia. Ou para a falta de elaboração de planos concretos para uma realidade concreta. Segundo os relatos, em momento algum terá sido abordado o género de relações de trabalho existentes entre empregadores e empregados. Dos chamados semi – colectivos. “Como acabar com acidentes de viação”, é o título de uma longa carta, da autoria de Aurélio Furdela, publicada na mesma edição do referido matutino. Com cujo conteúdo estou inteiramente de acordo. E que deveria ser motivo de atenção e de reflexão. Por forma a que se criem os anti - vírus necessários para evitar a propagação de ideias e de conceitos errados. Talvez, eliminar a campanha de contra-informação sobre as verdadeiras causas dos acidentes de viação. Alguém terá dito, também esta semana, que falta vontade política para combater as causas dos acidentes de viação. Penso não ser correcto. Penso que o existe, será coisa diferente. Penso que o que existe é a vontade e a tentativa de manter a situação. Mesmo quando à custa da divulgação de falsas verdades. Em duas palavras, em termos de estratégia de combate aos sinistros autos, em termos de combate aos acidentes de viação, há grande resistência à mudança de comportamentos.