sexta-feira, janeiro 12, 2007

é necessário agir

Publicado em Maputo, Moçambique no Jornal Domingo de Janeiro 7, 2007



antes e depois

Luís David

A forma como foi divulgada e lançada a campanha de troca do Metical, terá sido de alguma apreensão quanto ao resultado final. De algumas dúvidas sobre o seu sucesso. Porém, com o correr do tempo, a maioria dessas dúvidas foram desaparecendo, foram sendo ultrapassadas. E, digamos em abono da verdade, bastante tempo antes do prazo limite para a circulação das duas famílias, as notas antigas tinham deixado de circular. O que não é válido em relação às moedas. Mas, digamos, em Dezembro praticamente não circulavam notas antigas. Pelo menos a nível da cidade de Maputo. Para trás, ficava um processo bem montado e bem monitorado pelo Banco de Moçambique. Acompanhado de informação em tempo útil, em linguagem simples, clara e séria. Sobre procedimentos a seguir, sobre percentagem da nova moeda já em circulação. Digamos, como nota final, que se tratou de uma operação bem planificada, bem organizada e bem executada. A um determinado nível e até certo ponto.


Chegados que chegamos a 2007, parece ter havido uma paragem no tempo. Quando não, mesmo, um recuar no tempo. Isto e apenas em relação às moedas antigas, cujo número em circulação parece ter redobrado. Sendo, estando a acontecer, que, em muitos locais, mesmo sendo o pagamento feito em notas actuais, nos obrigam a receber moedas antigas. Com a falsa alegação de que são válidas, de que continuam em circulação. Muitos comerciantes, por certo a maioria, procede de acordo com a lei. Digamos que os comerciantes honestos procedem de acordo com a lei. E só dão trocos com as moedas legalmente em circulação. Outros, felizmente poucos mas não em número insignificante, teimam em dar trocos com antigas moedas. E, de nada vale exigir as novas moedas. Argumentam eles que também aceitam moedas antigas. Pois que sim, pois que é verdade. Mas se as aceitam – e nada impede que o façam -, que as retenham. Que as depositem no banco e que não as voltem a colocar em circulação obrigando que os seus clientes as aceitem. Analisada a situação de forma simples, talvez simplista, poderemos estar perante casos de preguiça ou de ignorância. Mas, hipótese a não excluir, também poderemos estar perante um processo de tentativa de sabotagem da troca de moeda. Uma acção para denegrir o processo. Neste contexto, afigura-se útil e necessária uma intervenção do Banco Central. No sentido de esclarecer a de sensibilizar. Como primeiro passo. Como passo imediato. Mas, o que se apresenta como inquestionável é que é necessário agir.